sábado, 25 de outubro de 2008

Poesia

Quase Nada

O amor
é uma ave a tremer
nas mãos de uma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.


O seu a seu dono. O título do meu blogue é inspirado neste poema de Eugénio de Andrade, o meu poeta.
Dos poetas só morre aquilo em que se pareceram connosco, como disse Garrett. De resto vivem para sempre.

1 comentário:

Anónimo disse...

Lurdes,
Recebi o seu e-mail e consultei, de imediato, o seu blogue- PARABÉNS!
Gostei da simplicidade e do carácter humilde do título, da sua dissertação,da tão sugestiva imagem e,claro, do poema.Só podia ser de Eugénio de Andrade! Através das suas palavras maternas, só ele,era capaz de definir o amor com tanta subtileza e pureza!
Passei os olhos por outros blogues,"adicionados" ao seu e, não sei porquê,lembrei-me de Pessoa
que transcrevo:

"Saber? Que sei eu?
Pensar é descrer.
-Leve e azul é o céu-
Tudo é tão difícil
De compreender!...

A ciência, uma fada
Num conto de louco...
Como o que nós vemos
É nítido e pouco!

Que sei eu que abrande
Meu anseio fundo?
Ó céu real e grande,
Não saber o modo
De pensar o mundo!"


Beijinhos para felicitá-la e, ao mesmo tempo pedir-lhe que continue.
B.M.